segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Virtualmente real


Em cada clique uma escolha refletida. É mais ou menos assim que acontece a interação com os mundos virtuais. Unidos através dos meios, o homem sempre usou intermediários para ampliar suas comunicações. Distantes e presentes no tempo e espaço encurtados pelos veículos de comunicação. Mas não se limita ao computador em seu esplendor. Outros meios de comunicação já existiam... e ainda hoje existem.

Essa roupagem “nova” dos meios é o reflexo da constante renovação dos formatos tecnológicos que ultrapassam formas primitivas de expressão, transformando aparelhos modernos em parafernálias. Tudo que não faz parte desse ciclo está ultrapassado.


Fazemos parte de um ciclo vicioso, uma verdadeira fábrica que reapropria e remoderniza não só os diversos veículos de comunicação, como também idéias e valores financiando a aparente cegueira e a morbidez características dessa sociedade.

“Não basta apenas dar o peixe o mais importante é ensinar a pescar”. Entrar em contato com as novas tecnologias não resolve a situação primordial. Essa não é a grande questão. No fim das contas a finalidade do progresso tecnológico se contradiz. A internet oferece uma imensidão de possibilidades dependendo dos fins para qual é utilizada. A escolha também é sua. O internauta tem autonomia em suas opções. Ele é responsável pela própria construção dos conteúdos da rede.

A educação permanece estagnada comparada ao progresso tecnológico. Em plena era da globalização, injustiças e desigualdades dominam o cenário. O progresso não está aí para todos, mas o que adianta ter acesso às tecnologias de ponta se "tenho fome"? Não se trata apenas de excluídos digitais... Enquanto a educação, as políticas públicas em geral ficarem sempre em segundo plano e não sair dos papéis, a realidade será sempre essa.

O mercado ditador: Dita as regras com a falsa aparência de democracia e livre-arbítrio... Enquanto uns usufruem tecnologia de ponta, muitos estão sob a ponte. Isso gera a exclusão em todos os sentidos. “Construir sociedades da informação que atendam as necessidades humanas.” Precisamos pensar na parceria "discurso - prática" com iniciativas e propostas voltadas para o bem comum.

Enquanto os interesses econômicos predominarem, o espetáculo da vida se resumirá no show de contradições, guiando gerações após gerações num festival de antíteses e contrastes: ricos-pobres, fracos-fortes , inclusos – excluídos, vivos-mortos, esperança – desencanto...

O mundo passa pela internet em forma de registros interativos. Essa é a sua peculiaridade. Ao contrário de outros meios de comunicação, ela permite uma interação muito mais “real” em seus espaços virtuais. É claro que na internet são oferecidos vários universos multimídias. Explorá-los de forma positiva ou não? Cabe a nós esse próximo passo, ou melhor... o próximo clique.